terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Alma e corpo

Dando uma folheada numa revista de fofoca, e vendo as várias fotos, de pessoas elegantes, bonitas, famosas, e todas essas coisas, me peguei pensando como é possível alguém se sentir seguro desse jeito.
Imagina, você viver em um mundo onde o que mais importa é a sua aparência, onde os paparazzi estão lá para te fotografar, e na revista sair detalhadamente que roupa você vestia, e se estava bonito ou não, ser alvo dos holofotes, e não passar despercebido nunca.
Me veio também um pensamento: Tanta gente bonita, tanta gente sendo só o corpo. Como é seguro levar um namorado ou até o marido numa festa onde se está suscetível a cantadas, olhares e belos corpos?
A realidade é que sempre haverão pessoas mais bonitas que você, sempre alguém mais novo, com mais firmeza, ou ainda com aquele ar juvenil que aos poucos vamos perdendo.
Me pergunto se essas mulheres não tem medo de serem trocadas por outro rosto mais bonito, outro corpo mais belo, outra aventura.
É então que eu percebo cada vez mais o quanto é lindo e sábio o que a Torá nos ensina.
Sobre esconder o externo para se enxergar o que vem por dentro, não confundir os sentimentos mais carnais para que a espiritualidade possa se expressar.
Mas, e se estamos em uma situação, onde estamos como deveríamos estar, mas no local onde muita gente vive do modo como a sociedade atual/moderna diz que é o melhor, como não estremecer nas bases?
Fácil.
Quando duas pessoas se conhecem e se admiram pelo que conheceram, pelo conteúdo que encontraram quando conversaram, pela cumplicidade que se criou e pelo sentimento puro que surgiu de algo realmente estável e verdadeiro, nenhum corpinho bonito ou mais jovem vai chegar a ser tão interessante quando a pessoa que se escolheu para passar o resto da sua vida.
Quando se escolhe algo duradouro e não o corpo que um dia vai envelhecer como qualquer um, quando mesmo sem se tocar, o casal vê muita graça na companhia um do outro, isso é capaz de fazer a pessoa ficar cega para qualquer outra e bloquear qualquer pensamento que se desvie.
E daí que aquele cara ali tenha uma barriga de tanquinho enquanto meu marido tem uma barriguinha a mais?!
Que me interessa se aquela mulher está com pedaços de pano no corpo perfeitamente esculpido enquanto minha mulher está aqui do meu lado com roupa suficiente para guardar apenas pra mim o mais belo que ela tem?!
Quando se ama, se ama por inteiro.
Quando se quer, movemos montanhas.
Quando se compara, percebemos que nosso jardim é muito mais verde que o do vizinho.
Quando se conecta almas de verdade, e se cultiva, a tendência é não temer e viver em paz.

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