quarta-feira, 6 de abril de 2011

Contradição

Enquanto dirigia, o tico e o teco aqui na cabeça estavam trabalhando, e comecei a analisar uma coisinha.
Hoje, vi um casal de namorados malhando juntos na academia.
Um outro casal, meus amigos, fazem o mesmo curso, na mesma universidade, na mesma classe.
Um amigo meu que namora, tem a namorada dele o tempo todo na casa dele.
O que se percebe?
Percebe-se que quando se está com uma pessoa, a companhia dela é a que mais importa durante todo o dia.
Quando gostamos de alguém, queremos esse alguém 24 horas, se possível, perto de nós.
Assim, cria-se coisas para fazer juntos: academia, algum curso, alguma aula, cinema, passeio ou até mesmo não fazer absolutamente nada. Apenas estar junto é suficiente. Desfrutar a companhia é o objetivo. Já é tudo.
E me veio à cabeça um amigo que terminou o namoro recentemente.
E agora?
De repente, todos esses programas (falo dos que continuam independente do namoro) ou são largados, ou ajudam a superar, ou causam a reconciliação.
Mas não é por ai que quero levar essa prosa.
Eu quero saber o que acontece com toda aquela companhia agradável?
Já não é mais? O que houve? Se ficaram juntos por algum tempo, tem de ter algo bom.
Quantas vezes já não escutei ex namorados de fulanas falando que não quer mais saber dela. Que já passou. Que já era.
Como é possível?
Tanta coisa compartilhada, pra ser esquecida?
Tanta felicidade, pra ser apagada?
Tantas declarações, pra serem enterradas?
Se uma coisa é boa e ponto final, como pode se tornar ruim?
Se não gostasse, não tava junto!
O amor não se conjuga no passado: Ou se ama pra sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.
Então, alguém pode responder: Quando teremos a garantia de que é legítimo?
De que você não será lembrado injustamente?
Podem chamar de memória fraca. Podem dizer que o amor é cego.
Nada disso me convence.
Pra mim, isso tem nome: Orgulho.
Orgulho, de não assumir que ela te fez feliz.
Orgulho pra negar que precisou dele.
Orgulho de querer parecer forte, auto-suficiente e mostrar que não significou nada.
Orgulho fundamentado na covardia que não deixa assumir: Você me fez feliz.

Mas, afinal, a pessoa que conseguir admitir que foi feliz, como conseguirá explicar porque deixou escapar?

Como já disse Caio Fernando Abreu:
  "Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada."

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