quarta-feira, 30 de março de 2011

Camuflando.

É muito comum procurar um texto do seu autor preferido que esteja em sintonia com o seu humor do momento e publicar, nas palavras dele, o que você está sentindo. Ou não está.
Essa é uma das melhores formas de expressar não expressando.
O texto está lá, pronto e acabado, esperando para ser lido. Foi um desabafo publicado para todo mundo ver, sem vergonha, sem medo, sem meias palavras.
O autor do texto certamente merece nossos parabéns.
Parabéns pela ousadia, pela coragem, pela iniciativa.
Então, nós, meros leitores, que por ser leitor, não anula estar sentindo o mesmo que aquele texto nos diz, percebemos que tudo se encaixa perfeitamente com a nossa situação.
Pode ser sobre amor, política, amizade, economia, artigos literários inéditos sobre qualquer assunto, contanto que se encaixe.
Você pega esse texto, como quem não quer nada, publica em qualquer lugar onde seja visto, e você se coloca como mero fã do autor, fã da obra, fã, simplesmente.
Um fã não precisa de muita coisa para ser fã, apenas apreciar tais palavras.
E é aí nosso refúgio.
Um véu de proteção aos sentimentos que querem ser desvendados e ao mesmo tempo mantém seu pudor, pois é natural de cada um sentir necessidade de se esconder por detrás de frases ou textos feitos, deixando o benefício da dúvida a qualquer pessoa que leia, sobre a realidade emocional atual.
É o jeito de sair na chuva e não se molhar, não se expor e ao mesmo tempo gritar.
Talvez seja uma forma de desabafar calado, abrir fechado, correr parado.
Uma máscara que não cobre os olhos. E os olhos são as janelas da alma.
E se por eles tudo se percebe, para que a máscara?
Somente publiquei um bom texto, bom de ler, bom para gastar o tempo. Inocente, despretensioso.
Se estou em sintonia com essas palavras ou não, interprete como quiser.
Cada um tem seu jeito de falar não falando
Cada um tem direito de amar disfarçando.

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