domingo, 1 de novembro de 2009

Bastardos Inglórios

Boa noite.

Acabo de assistir ao filme cujo nome corresponde ao título, e saí bem decidida a escrever minha crítica.

A idéia do filme é o sonho de muitas e um exagero para outras, e é para esse último grupo que quero dirigir a palavra.

Geralmente, quando saio de um filme que envolve holocausto, judeus, me preocupo em ouvir a opinião das pessoas que estão deixando as salas do cinema, não faço nenhuma entrevista, só fico com os ouvidos em alerta. O motivo, não sei bem, mas certamente tem relação direta com quem eu sou, uma judia.

O engraçado é examinar a expressão dos próprios judeus, tanto os mais ligados quanto aqueles que já estão bastande assimilados, que não tiveram oportunidade de entender melhor como as coisas aconteceram.

O fato é, o filme é ficção, mas nada tem de exagerado.
Existem cenas fortes, sim, existem, mas o que é um filme de guerra sem sangue?
"Esse grupo de judeus são uns bárbaros! eles cortavam o couro cabeludo dos alemães" UAU! Realmente, isso é exagero. Que tal adicionar a informação de que eles faziam isso depois de já matar o soldado? Aí o ato se torna mesmo o que o filme queria mostrar: uma simbologia e uma marca do grupo.
Simbologia porque o que pensei no momento foi o fato de os judeus terem seus cabelos raspados antes de irem ao campo de concentração, pois eles não podiam arriscar a praga dos piolhos. Quem dera fosse só isso.
Eles escolhiam navalhas cegas, intencionando cortar o couro cabeludo, para ferir, maltratar, isso sem falar nas outras tantas formas de tortura e humilhação.

Eu peço que ninguém julgue o filme exagerado por essas cenas, afinal, os alemães já estavam mortos.

Além disso, PELO AMOR DE D-US! Essas pessoas representadas no filme matavam pessoas à sangue frio!
MILHÕES delas!
O que merece uma pessoa que não valoriza a vida de um ser humano?

Interessante pensar que, como judia, imaginei que eu, com todo sentimento que tenho sobre o assunto, não me vejo matando uma pessoa, e isso me fez pensar que realmente, a essência de um judeu é essa. Milhões de judeus foram rebaixados a menos que baratas, e me pergunto onde estava a resistência. Ah, elas existiram, sim, e aos montes, mas a resistência desse povo é bem diferente em todos os aspectos. O levante do Gueto de Varsóvia é lembrado nos dias de hoje com muito respeito, desse grupo de judeus que lutaram. Mas as outras formas de contra-ataque existiram e são de conhecimento de poucos e compreendidos apenas por quem entende a importancia de tais atos.

Mas voltando ao filme, se Hitler [imarshemô] tivesse morrido naquela noite, eu só consigo pensar nas milhões de vidas que teriam sido poupadas e como muito da nossa história teria mudado.

Obrigada.

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